Causas do Fim do Império no Brasil
A Crise da Monarquia
As Bases do Império
Para permanecer no poder por quase meio século, D. Pedro II obviamente apoiava-se em bases a princípio bastante sólidas, como é ilustrado na imagem acima.
Gozava o monarca do apoio dos partidos políticos que representavam a aristocracia rural. cujos interesses, como a manutenção da escravatura, o Império defendia; contava ainda com a força das armas através do Exército, e com a graça de Deus através da Igreja.
No Brasil Imperial, a religião católica era oficial e o monarca detinha autoridade sobre os clérigos; uma mão lava a outra: o governo assegurava a hegemonia absoluta do catolicismo, e os padres pregavam ao povo que a monarquia era coisa de Deus.
O Império Morreu de Velho
O falecimento do Império no Brasil, ao final do século XIX, não pode ser visto como um acontecimento extraordinário - pelo contrário: a existência do regime monárquico era anacrônica, e tornou-se progressivamente incompatível com o avanço do capitalismo internacional e com os interesses de parte significativa da população brasileira.
Apesar de ter resistido bravamente às mudanças da segunda metade do século XIX, o governo de D.Pedro II declinou aos poucos, perdendo progressivamente o apoio de suas próprias bases até cair definitivamente, num golpe desfechado pelo Exército.
Questões Militares
Ironicamente, nas forças armadas que deveriam defendê-lo começaram os problemas do monarca: após a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro gozava de prestígio junto à população mas tinha pouca influência política. Influenciados, no entanto, por ideais republicanos e abolicionistas, muitos oficiais não poupavam críticas a políticos do Império, acusando-os de governar em benefício próprio, em detrimento da nação. Agravava ainda o descontentamento dos militares o descaso demonstrado pela monarquia quanto a questões como salários, pensões e promoções.
Na década de 1880, incomodados com as críticas veiculadas por oficiais do Exército através da imprensa, os políticos conseguiram do imperador punição e censura aos militares, culminando na prisão de um coronel em 1886.
Essas Questões Militares colocaram definitivamente o Exército contra a monarquia.
Questão Religiosa
Por outro lado, a Igreja, que certamente não via com bons olhos as ideias republicanas, entrou contudo em conflito com o Imperador na década de 1870, quando, por conta da Questão Religiosa, dois bispos brasileiros que haviam seguido a ordem do Papa de expulsar de suas dioceses os maçons, acabaram presos pelo governo imperial, o qual tinha profundas ligações com a maçonaria. Apesar de posterior liberação dos clérigos, o estrago estava feito: iniciava-se a separação entre Estado e Igreja e evidenciava-se a fraqueza e a decadência do regime monárquico.
Questão Servil
Paralelamente a esses fatos, a inevitável libertação dos escravos minava a última base de apoio de D.Pedro II: a aristocracia escravocrata do Vale do Paraíba, que apoiou o imperador até a abolição (1888); essa Questão Servil representou o rompimento da última estrutura que sustentava o Império brasileiro, o qual, abandonado até pelos latifundiários que sempre defendera, ruiu em questão de um ano.
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